9 de outubro de 2011


10.

Se eu tivesse um mestre talvez tudo fosse mais simples. Herdando tudo o que aprendera com outro mestre eu seria uma espécie de relato vivo e moldado à sua visão. Seria tão dele que restar-me-ia tentar ser-me de alguma forma. Não vejo como pudesse ser entristecedor, o poder ser eu e outro maior. Eu teria sempre de existir e meu mestre existiria sempre – um tentando ser o outro já existido.
Sem mestre, só me sei enternecida pelo anarquismo – uns traços e umas ideias estrambólicas sem pai nem mãe a desafiar o que não vejo criado, a não ser dentro de mim.
Há algum perigo nesta leviandade, imenso se o quiseres. Como se desses á luz uma criança e a deixasses ir pelo mundo quando ela própria nem andar sabe.

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