Está escuro. Uns olhos, que não os meus, procuram impetuosamente o desconhecido, a intermitência das formas, a violência do retrato sem face, gestos ininterruptos, ruidosos de vento. Espelham-se almas, na plenitude do escuro. Ouvem-se ecos no vazio.
Pudesse eu comunicar com as almas que se dispõem em forma de cruz... Chega a ser vil, o som preso nos lábios, a garganta seca de ansiedade, as palavras encharcadas de suor.
As almas, essas não se cansam, deslizando nas pontas dos pés descalços, levantando as mãos, como bailarinas indiferentes ao público que as assiste. Em que mundo viverão?
Pudesse eu comunicar com as almas que se dispõem em forma de cruz... Chega a ser vil, o som preso nos lábios, a garganta seca de ansiedade, as palavras encharcadas de suor.
As almas, essas não se cansam, deslizando nas pontas dos pés descalços, levantando as mãos, como bailarinas indiferentes ao público que as assiste. Em que mundo viverão?
Aos poucos, uma sombra quase imperceptível vai desenhando objectos no escuro. Uma ténue neblina cobre o quarto vazio, como uma lenta morte indolor. Nasce o dia.
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